Essa frase anda circulando em
várias imagens no facebook, e traduz exatamente o que me questiono sobre
celulares, tecnologia e... futilidade. Há certo tempo atrás fui acompanhar uma
amiga no shopping. Lá, encontramos com uma terceira pessoa, que estava
ansiosíssima para comprar o novo Iphone 5, lançado na semana anterior. Chegando
à loja, o aparelho já havia se esgotado.
Até aí, tudo bem, certo? Bem... Mais ou menos. Em primeiro lugar, estamos
falando do celular mais caro do Brasil no momento: como assim os aparelhos,
caríssimos, foram TODOS vendidos em
apenas uma semana?! Ainda mais surpreendente que isso foi a reação da moça
interessada em comprar o tal aparelho. Ficou triste e lamentando-se conosco por
mais de uma hora. Mais do que isso, afirmou que não ter conseguido comprar a
mer%$ do Iphone 5 havia acabado com a noite dela. Fiquei indignada, revoltada!
Aquilo era tão essencial, tão necessário, ou tão importante a ponto de arruinar
a noite de alguém?! Não, né?! Em tempo: Ela tem um Iphone 4S, também comprado
quando do lançamento do mesmo. Mas a moça em questão é apenas um exemplo,
citado aqui porque foi o a experiência que vivenciei e, definitivamente, esse
post não tem a intenção de fazer uma crítica pessoal a ela (que como qualquer
pessoa, como eu e você, é dotada de muitas qualidades e muitos defeitos), muito
pelo contrário... Mas, quantas e quantas moças e moços assim não estão por aí,
deixando-se levar por esse consumismo fútil e desenfreado?! Quanta gente é
incapaz de enxergar que a sociedade capitalista precisa produzir “necessidades”
ilusórias de consumo para vender seus avanços tecnológicos e assim se sustentar?
Quanta gente, cega a tudo isso, gasta às vezes um dinheiro que nem poderia, pra
comprar tais produtos, apenas por uma questão de status social?!
Ah, pode me chamar de antiquada,
de chata, do que quiser, mas acho tudo isso muito fútil. Não, não tenho nada
contra você ter um celular android ou Apple bacana, com wi-fi, internet 3G,
touch screen e todos os outros mimimis! Absolutamente nada contra os celulares
nem os tantos outros aparelhos hi-tech, desde que possuí-los não seja como uma
necessidade vital para você. Desde que não seja apenas uma forma de se sentir
na moda, descolado (a), e portanto, aceito(a). Eu ainda não tenho um... Porque
a grana é quase sempre curta, e as prioridades são outras. Até mesmo o dinheiro
que dedico ao lazer e afins nunca é dedicado a isso. Tenho um celular velho,
cuja maior evolução tecnológica é o mp3 e o Bluetooth. Não tem internet, não
tem teclado de smartphone. Talvez seja por possuir esse celular “antigo”
(antigo?!) que, quando estou em alguma reunião social, tão facilmente percebo o
quão presente os smartphones e afins se tornaram na vida das pessoas: outro
dia, sentada à mesa de um barzinho com amigas, notei, por mais de uma vez, que
em alguns momentos, todas na mesa ficavam mudas, cada uma entretida com seu
próprio celular (e eu sobrando!), acessando a internet, vendo atualizações de
facebook, postando fotos recém tiradas, em tempo real. E as conversas cara a
cara? E a paquera cara a cara? E a vida cara a cara?! ...Ah, e claro, todos os
celulares eram smartphones, afinal, é uma vergonha colocar na mesa, ou utilizar
em público, um celular que não seja o que está na moda, não é?!?!?
Nota de rodapé: esse texto não
tem a pretensão de fazer qualquer tipo de demagogia, apenas se detém a fazer
uma análise crítica. Não vivo em uma bolha, também adoro internet, sou viciada
em facebook e por muitas vezes me importo em estar na moda, em vários aspectos.
E, sim, algum dia, mais cedo ou mais tarde, provavelmente vou ter um celular
desses. Quando isso acontecer, espero usar a tecnologia a meu favor, não
contra. Espero não deixar de socializar com quem está ao meu redor pra olhar
pra uma tela de LCD, e ainda bancar a cool com a galera por ter o aparelho de
celular X. Amém.
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